O sul no topo

O sul no topo 


Resultado de imagem para america invertida       A América invertida. Só esse nome já carrega uma carga de significado que foge a simplicidade aparente de suas palavras, leva com sigo, porém, todo um sentido que transcende o tempo de sua própria expressão.
     A começar pela América em si, um continente de história tão rica, mas ao mesmo tempo tão pobre, de cultura tão diversa, mas ao mesmo tempo dizimada e esquecida, de influência global, mas controlado por poucas partes do globo. A América latina é contradição, é a materialização do que o ser humano é capaz de alcançar, e do que o mesmo é capaz de destruir.
Resultado de imagem para as veias abertas da america latina    Mas se ela é contradição, ela também não foge uma linearidade da política que suga suas próprias riquezas. Não consigo olhar essa obra sem pensar no "As veias abertas da América latina" de Eduardo Galeano, a inversão de seu mapa se torna a simbologia que remete às ações de exploração que geram a desigualdade, tão característica desse continente. Uma massa de terra que parece, ao olhar da historia, contradizer o bom senso e ser levada pelas forças do capital global a inversão dos termos de sua historia em prol da exploração de seu próprio  povo e de suas terras.
          No entanto, a América repousa ainda a posição do centro, é o grande foco para onde ainda vão os barcos, fugindo da guerra e da fome, da desesperança e da miséria. Ainda que tão contraditório, o novo mundo ainda é, e sempre será lar de sonhos, de fantasias, de esperanças para um futuro melhor para aqueles que formam um continente tão único.
          Gosto de pensar que Torres Garcia colocou o Sul no topo principalmente  pois assim quis, uma simples expressão de sua vontade como artista, como idealizador, como parte de um continente que aos poucos percebe a sua necessidade de apontar para a sua própria direção.



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