Mosca
Mosca
Ouço o som incômodo das longas
Passagens pelo ar
Trilhadas por uma mosca.
De fundo, um som baixo
Que importuna minha mente
Com o furto do meu silêncio,
Da minha paz,
Do meu escuro.
E arrepio.
Pequena, pequena demais,
Incômoda demais,
Efêmera demais,
Simbólica demais.
Persona do lixo, do sujo,
De tudo que não queremos mais
E de tudo que evitamos.
Cognata do imundo, do enfermo.
E ainda assim, importante.
Eres tu, mosca, a precursora do verme,
A anunciadora do enterro de um
Caixão mal fechado,
Ou da simples putrefação da carne.
E ainda assim, invejo-te
Pois voas da maneira que queres.
E ainda sim desejo
A liquidez transparente
Da vida que passas apenas
Em um dia.
Mas de pé no chão
A realidade me traz de volta
Para o incômodo de seu voo,
E para a realidade que desmente meu
Pequeno lapso de imaginação.
Passagens pelo ar
Trilhadas por uma mosca.
De fundo, um som baixo
Que importuna minha mente
Com o furto do meu silêncio,
Da minha paz,
Do meu escuro.
E arrepio.
Pequena, pequena demais,
Incômoda demais,
Efêmera demais,
Simbólica demais.
Persona do lixo, do sujo,
De tudo que não queremos mais
E de tudo que evitamos.
Cognata do imundo, do enfermo.
E ainda assim, importante.
Eres tu, mosca, a precursora do verme,
A anunciadora do enterro de um
Caixão mal fechado,
Ou da simples putrefação da carne.
E ainda assim, invejo-te
Pois voas da maneira que queres.
E ainda sim desejo
A liquidez transparente
Da vida que passas apenas
Em um dia.
Mas de pé no chão
A realidade me traz de volta
Para o incômodo de seu voo,
E para a realidade que desmente meu
Pequeno lapso de imaginação.
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