100 mil
100 mil. Na rua, no asfalto, no topo do prédio que não é nosso, naquele agitado morro, na fila do hospital corre sangue na rua. Não mudam as cores da televisão. No centro do país segue como se não tivesse um arranhão. Teu remédio engasgou o meu paladar, seu cinismo mascarado no genocídio sufocou o que antes poderia ter sido um amanhecer. Hoje no brasil já não se fala em nada de mal, não se fala tragédia, de tristeza nem de coisa alguma que não seja de profunda incerteza mas, hoje no brasil morreram 100 mil. E o povo segue no dilema sair na rua e trabalhar, ou ir na porta do hospital enfrentando a quarentena que para eles nunca existiu. Hoje não se tem escolha no Brasil. Hoje não existe mais esperança na pátria mãe gentil, a mãe, obrigada a cuidar de filho q não é seu, engasgou na sua tosse, viu seu filho no mesmo asfalto que hoje passam menos pedestres. Hoje estamos mais sós no Brasil. Não se fala de futuro só de inveja do patrão doentio. Hoje, ...